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Maringá,03/09/2025

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O maior predador do RS chocou policiais experientes

Letícia Guedes
O maior predador do RS chocou policiais experientes Reprodução

Quando montaram uma operação para prender Ramiro Gonzaga Barros, de 36 anos, os policiais envolvidos na investigação jamais imaginavam que lidariam, dali para frente, com um caso complexo envolvendo o maior predador sexual do Rio Grande do Sul (RS).
O homem, que atuava como empresário e professor voluntário, estava acima de qualquer suspeita. Por trás de seu disfarce social, porém, ele teria feito mais de 700 vítimas.
O delegado Valeriano Garcia Neto, à frente do caso, e a escrivã de polícia Iane Colpo confessaram que, no primeiro contato com o caso, não imaginaram os desdobramentos que os trabalhos tomariam.
A dimensão dos crimes cometidos por Ramiro somente foi descortinada após sua prisão, em janeiro deste ano. Metódico e frio, ele mantinha mais de 700 pastas organizadas com o nome de cada uma das vítimas.
A apreensão de seus eletrônicos, no mesmo dia em que foi preso, desvendou uma série de crimes hediondos cometidos contra crianças e adolescentes. 
O material encontrado nos aparelhos chocou até mesmo os policiais mais experientes.
Na linha de frente
Atuando em contato direto com as vítimas, Iane escutou os relatos angustiantes das mulheres violentadas e teve de lidar com o peso de notificar os pais das menores — que, na maioria das vezes, não sabiam da existência dos crimes.
Servidora pública da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul (PCRS) há cerca de oito anos, ela confessa que jamais lidou com um caso semelhante.
“Cheguei a comentar com alguns colegas que esse caso é um dos mais difíceis de se trabalhar, devido à quantidade de vítimas e por se tratar de crianças, que sofreram danos irreversíveis.”
Para Iane, ouvir os relatos das vítimas e dos familiares é a parte mais difícil. “Desde a primeira vítima ouvida, não tem como não se colocar no lugar. Eu sou mãe também, então também me coloco no lugar das mães, que estão recebendo essa notícia Não tem como não não se envolver em cada caso”, completou.
As vítimas
Apesar das centenas de arquivos encontrados, 217 vítimas haviam sido confirmadas até agora.
A extensa ficha de vítimas de Ramiro traz nomes de mulheres de diferentes idades. O delegado Valeriano Neto, entretanto, revela que foi identificado um padrão no cometimento dos crimes.
As vítimas tinham, em sua maioria, entre 8 e 13 anos. Elas eram cooptadas por meio das redes sociais. Ramiro utilizava perfis falsos para se aproximar delas.
Após adicioná-las, o homem estabelecia uma relação de amizade e confiança, a ponto de convencê-las a enviar conteúdo íntimo. “A cada envio, as exigências aumentavam, sempre sob a ameaça de compartilhamento do material que ele já tinha em seu poder”, detalhou.
O delegado destacou que, além do ambiente virtual, o homem dava aulas gratuitas em projetos sociais de Taquara, município do RS em que morava. “Isso criava uma circunstância muito favorável para que ele tivesse a oportunidade de cometer os crimes”, explicou. Além de usar o acesso às meninas para abusá-las, o homem mantinha uma loja de animais exóticos no centro da cidade, local que recebia passeios escolares, circunstâncias que contribuíam para sua aproximação das vítimas.




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