Curi, o preferido do eleitor como candidato.

Uma das dúvidas que permeia o cenário político do Paraná para 2026 é se Ratinho Junior vai escolher o candidato do coração, Guto Silva, ou o da razão, Alexandre Curi, dentro do PSD, para sucedê-lo no Palácio Iguaçu.
Por ora, o governador adota cautela e não quer antecipar qualquer movimento sob risco de antecipar saídas de aliados e articulação de chapas adversárias e, em última instância, de ver o partido implodir diante de grupos antagônicos.
“O governador de fato não escolheu”, diz uma fonte palaciana.
O Instituto Paraná Pesquisa divulgou nesta terça-feira (2) um levantamento que talvez ajude Ratinho a decidir. Ou pelo menos sinaliza o retrato desta disputa na cabeça do paranaense.
Eleitores de Curitiba e Região Metropolitana, que representam cerca de 40% dos votantes, foram questionados sobre quais dos candidatos do PSD teriam mais chance de voto.
Como opções, o instituto ofertou: Guto Silva, Alexandre Curi, Darci Piana e Norberto Ortigara. Novamente, Rafael Greca ficou de fora.
Para 38,2% dos eleitores ouvidos, o candidato com mais chance de voto seria Alexandre Curi.
Guto foi lembrado por 11%, o vice-governador por 8,8% e 3,4% citaram Ortigara.
O resultado chama a atenção pelo descolamento: Curi tem o triplo de intenção de voto do principal adversário dentro do PSD para dar continuidade à gestão de Ratinho.
O desempenho nas sondagens eleitorais será um dos critérios que o governador vai levar em conta na hora de escolher o sucessor — mas não será o único.
Dentro do Palácio Iguaçu o sentimento, respaldado com dados empíricos, é que quando Ratinho entrar em campo o candidato do PSD vai subir nas pesquisas. Ao mesmo tempo, um eventual plano nacional do governador em 26 pode dificultar o cenário local.
A disputa dentro do PSD começa a ganhar luz e o discurso de unidade, seja quem for o candidato escolhido por Ratinho, perde força. O desafio será, justamente, manter a unidade partidária pelo maior tempo possível.
E Rafael Greca?
Partidos satélites, que circundam o Palácio Iguaçu, e até os de oposição a Ratinho apenas observam as movimentações políticas e traçam projeções.
A turma de cabeça branca está de olho em Rafael Greca — que pode ser o primeiro desertor do PSD. Um eventual rompimento do ex-prefeito, antes do prazo de desincompatibilização, pode significar a saída dele da secretaria de Desenvolvimento Sustentável — pasta que lhe dá agenda, holofote e estrutura para percorrer o Estado.
Mesmo como secretário de Estado, Greca tem dado sinais de insatisfação. Embora ninguém aposte numa exoneração antecipada.
Numa recente entrevista, numa rádio do grupo de comunicação de Ratinho, o ex-prefeito de Curitiba disse que seria uma “sandice” se o governador não o escolher como sucessor — já que as pesquisas lhe dão o melhor desempenho dentro do PSD.
Coincidência ou não, depois desta entrevista, duas pesquisas divulgadas não trouxeram Greca como candidato ao governo: a Quaest, divulgada na semana passada, e a do Paraná Pesquisa desta terça. Talvez esta seja uma tendência daqui para frente.
Rafael Greca reagiu. Resmungou nas redes sociais sobre o fato dos institutos de pesquisa lhe deixarem de fora. E, com certa frequência, reclama para alguns colegas de secretariado das agendas que, em tese, dão exposição “ao sorridente Guto Silva” — forma como o ex-prefeito de Curitiba tem se referido ao colega.
Independentemente do candidato do PSD, o senador Sergio Moro segue na ponta das pesquisas — embora sua maior preocupação hoje seja o União Brasil.
Semanalmente, o diretório nacional do partido adia a decisão sobre o comando da legenda no Paraná — hoje exercido por Felipe Francischini, mas reivindicado pelo ex-juiz da Lava Jato.
Enquanto aguarda a decisão nacional, Moro comemora o desempenho nas pesquisas — sempre remetido a Antonio Rueda, mandachuva do partido.
O senador aparece com cerca de 40% de intenção de voto, independentemente dos adversários.
Requião Filho, que na semana passada assumiu o PDT, num evento com Carlos Lupi em Curitiba, figura na 2ª colocação — seguido de Paulo Martins (Novo) e do candidato do PSD.
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