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Maringá,10/11/2025

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Pr Marcos Magalhães

Choques culturais e desafios sociais em Porto Velho

Reprodução Governo de Rondonia/
Choques culturais e desafios sociais em Porto Velho

Olá, vivo, viventes e sobreviventes.
Desde 2006, moro em Porto Velho, Rondônia. Rondônia pertence à Região Norte do Brasil. Por ser nascido e criado em Maringá, Paraná, Região Sul, sou constantemente impactado por questões culturais, comportamentais, alimentares e outros fatores.
Por exemplo, as vestimentas das pessoas aqui são algo intrigante. O povo se veste como se morasse no litoral, tipo pouca roupa. As mulheres têm o costume de lavar as calçadas somente de biquíni ou calcinha e sutiã, creio que por influência indígena e climática, pois o calor aqui é insuportável.
Os hábitos alimentares também são bem diferentes em relação aos do Sul. O café da manhã aqui tem tapioca, "X-caboquinho" – um sanduíche de pão com pupunha, tucumã, banana frita e ovos. Essas frutas dão em alguns tipos de palmeira. Há também dobradinha com mocotó e um tal de "baixaria", feito com cuscuz, ovo, carne moída e cheiro-verde, que, com certeza, é mais consumido do que o nosso pão com manteiga do Sul.
Agora, há duas situações aqui que me assustam, me deixam indignado e revoltado.
Primeira: O câncer de mama lidera a maior incidência de câncer em todas as regiões brasileiras, menos na Região Norte.
Aqui, o tipo de câncer é o de colo de útero. Aí vem a pergunta: por quê?
Pelo simples fato de que as mulheres daqui iniciam sua vida sexual mais cedo.
Há meninas entre 10 e 14 anos já com atividade sexual de uma mulher acima de 30 anos e com vários parceiros, e sem nenhuma instrução ou educação sexual.
Conheço uma senhora avó de duas crianças e tem 31 anos de idade. O que aconteceu com ela – ser mãe aos 11 anos – aconteceu com a filha, que foi mãe aos 10, e muito provavelmente a história se repetirá com suas netas.
Conheço outro caso que foi denunciado ao Conselho Tutelar como estupro, violência sexual contra criança.
Um senhor de mais de 70 anos, em troca de cesta básica, material escolar, bicicleta e até uma motocicleta, fez um acordo com uma família ribeirinha. O acordo é o seguinte: em troca desses presentes, ele tem o direito de tirar a virgindade de todas as mulheres daquela família. Quando denunciaram, ele já praticava esse acordo com a terceira geração dessa família, que, diga-se de passagem, todos se revoltaram contra o Conselho Tutelar, dizendo que a denúncia era calúnia e mentira.
Segunda situação revoltante: Rondônia é o estado brasileiro com maior índice de violência contra mulheres, liderando o ranking de feminicídio, violência sexual e todo tipo de violência.
Os homens dessa região são extremamente machistas, arrogantes e não reconhecem os direitos das mulheres em situação alguma, colocando-as sempre num segundo plano, não dando voz e, o pior, calando essas vozes a qualquer preço, até através de feminicídio. O que me assusta é a inércia de quem deveria defender e fazer valer as leis criadas em defesa da mulher.
Conheci uma secretária-adjunta de uma secretaria municipal que foi procurada por funcionárias dessa secretaria, reclamando que estavam sendo assediadas pelo secretário. Ela, a adjunta, foi falar com o prefeito sobre o assédio, foi imediatamente exonerada e orientada a se calar, pois estaria correndo risco de vida se comunicasse esse ocorrido...
Bom, essa é a Região Norte do Brasil que ainda sofre com falta de informações, educação e muita oração.
Por favor, nos ajude a conscientizar nossa população. Orem por nós.



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