Pr Marcos Magalhães
Esse é o nosso Deus
Reprodução

Olá, vivos, viventes e sobreviventes!
Quase todos os sábados eu vou até o Point do Motociclista, aqui em Porto Velho, capital de Rondônia.
É uma praça onde se reúnem dezenas, às vezes centenas, de motociclistas de motogrupos e motoclubes. Geralmente, são motos de alta cilindrada.
É uma praça onde se reúnem dezenas, às vezes centenas, de motociclistas de motogrupos e motoclubes. Geralmente, são motos de alta cilindrada.
É um ótimo lugar para bater papo, falar de motos, viagens e passeios.
Eu gosto de ir ao Point porque sempre existe a oportunidade de falar de Deus.
Do nada, apareceu uma mulher de estatura baixa, cabelos compridos, mal penteados, roupas de motociclista — calça preta, bota e camiseta preta com brasão de grupo —, olhos claros e cheios de lágrimas.
Ela parou à minha frente e disse:
“Você existe e está aqui, na minha frente… posso te abraçar?”
Eu respondi:
“Sim, claro.”
Durante o abraço, que durou cerca de um minuto, ela chorou, chorou de soluçar.
Dei a ela um copo d’água que eu bebia e pedi que se acalmasse.
Sentamos em duas cadeiras, frente a frente. Depois de respirar fundo umas três vezes, ela começou a narrar sua história:
“Meu nome é Gulie, sou psiquiatra das Forças Armadas, afastada e licenciada. Era casada há mais de vinte anos com um militar.
Sou mãe de duas meninas: uma mora em Fortaleza e cursa Medicina; a outra mora comigo, é estudante e vive em uma cadeira de rodas. Nossa vida era muito boa, éramos apaixonados por moto e estrada.
Sou mãe de duas meninas: uma mora em Fortaleza e cursa Medicina; a outra mora comigo, é estudante e vive em uma cadeira de rodas. Nossa vida era muito boa, éramos apaixonados por moto e estrada.
Há oito meses, porém, meu companheiro faleceu por uma infecção pulmonar. Minha vida desabou.
Não consigo voltar a trabalhar, sinto muita falta dele, sinto solidão, vazio… minha vida perdeu o sentido.
Não consigo voltar a trabalhar, sinto muita falta dele, sinto solidão, vazio… minha vida perdeu o sentido.
Nos últimos três meses, decidi colocar fim a esse sofrimento.
Fui ao cartório, fiz toda a documentação para deixar minhas filhas amparadas — salários, propriedades, bens.
Meu marido tinha uma coleção de armas de fogo; escolhi uma que fosse rápida, certeira, e não deixasse muita sujeira.
Fui ao cartório, fiz toda a documentação para deixar minhas filhas amparadas — salários, propriedades, bens.
Meu marido tinha uma coleção de armas de fogo; escolhi uma que fosse rápida, certeira, e não deixasse muita sujeira.
Comprei uma lona de plástico preta para colocar sobre a cama, para não sujar os lençóis.
Escolhi um domingo, pois minha filha estaria na casa de uma amiga da escola.
Acordei, preparei a arma, arrumei a cama, coloquei a lona. Pensei: vou fazer meu último café preto, pois gosto muito de café.
Enquanto a água fervia, resolvi dar uma última olhada no celular.
Entrei nos grupos de motociclistas e encontrei um vídeo de um homem falando sobre quem tem o direito de tirar a vida de alguém — ou a própria.
O vídeo dizia que fomos criados por Deus, que somente Ele tem direito sobre nossas vidas, e que esse Deus nos deu a vida e nos trata como filhos amados.
Naquele momento, desabei a chorar. Senti arrependimento do ato que estava prestes a cometer. Pedi perdão a Deus, guardei a arma, joguei a lona fora.
Fiquei imaginando quem era aquele homem de barba branca, voz suave e olhar penetrante.
Pedi a Deus que, se fosse possível, um dia eu gostaria de conhecer essa pessoa. Imaginava que ele era de outro estado, talvez São Paulo ou Rio de Janeiro.
E quando chego ao Point do Motociclista… você está aqui, em carne e osso!
Por isso o choro, por isso o abraço demorado.
Muito obrigada, Pastor Marcão, por cuidar de mim mesmo antes de me conhecer.
Obrigada, Deus Pai, por me salvar.”
Hoje, Gulie é minha irmã querida. Sempre oramos juntos e fazemos alguns passeios de moto.
E esse é o nosso Deus: Ele nos usa quando quer, do jeito d’Ele. Eu só posso dizer:
“Eis-me aqui, Senhor. Usa-me.”
Escolhi um domingo, pois minha filha estaria na casa de uma amiga da escola.
Acordei, preparei a arma, arrumei a cama, coloquei a lona. Pensei: vou fazer meu último café preto, pois gosto muito de café.
Enquanto a água fervia, resolvi dar uma última olhada no celular.
Entrei nos grupos de motociclistas e encontrei um vídeo de um homem falando sobre quem tem o direito de tirar a vida de alguém — ou a própria.
O vídeo dizia que fomos criados por Deus, que somente Ele tem direito sobre nossas vidas, e que esse Deus nos deu a vida e nos trata como filhos amados.
Naquele momento, desabei a chorar. Senti arrependimento do ato que estava prestes a cometer. Pedi perdão a Deus, guardei a arma, joguei a lona fora.
Fiquei imaginando quem era aquele homem de barba branca, voz suave e olhar penetrante.
Pedi a Deus que, se fosse possível, um dia eu gostaria de conhecer essa pessoa. Imaginava que ele era de outro estado, talvez São Paulo ou Rio de Janeiro.
E quando chego ao Point do Motociclista… você está aqui, em carne e osso!
Por isso o choro, por isso o abraço demorado.
Muito obrigada, Pastor Marcão, por cuidar de mim mesmo antes de me conhecer.
Obrigada, Deus Pai, por me salvar.”
Hoje, Gulie é minha irmã querida. Sempre oramos juntos e fazemos alguns passeios de moto.
E esse é o nosso Deus: Ele nos usa quando quer, do jeito d’Ele. Eu só posso dizer:
“Eis-me aqui, Senhor. Usa-me.”
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