Pr Marcos Magalhães
Eu sei o Deus que eu sirvo.
Olá, vivos, viventes e sobreviventes.
O ano era 2000. Eu tinha aceitado Jesus em 1999. As coisas não estavam nada fáceis, aliás, estavam bem ruins.
Éramos eu, a Ana Cláudia, minha esposa, a Marcella, minha primeira filha, com 2 anos, e a Rafaella, com três meses de vida.
Tínhamos uma lanchonete falida, bem em frente ao Cesumar, que acabamos vendendo pela dívida.
No início da nossa caminhada com Deus, três pessoas — sendo dois pastores e uma senhora que orava por nós — profetizaram a mesma palavra.
A profecia era a seguinte: que Deus estava muito feliz por nossa decisão, mas que ficaríamos dois anos desempregados, sendo sustentados por Ele.
Eu achava aquilo engraçado, pois não acreditava na profecia. Como, com duas crianças pequenas, aquilo seria possível?
Era impossível aos meus olhos.
E realmente ficamos, não dois, mas três anos inteiros sendo sustentados por Deus. Nessa época, creio eu, Deus só não fazia cair alimentos do céu porque acho que ficaríamos loucos.
Mas era algo inacreditável: pessoas que não conhecíamos nos mandavam de tudo — fraldas, leite, alimentos e dinheiro em espécie várias vezes.
Teve um casal que pegou um acerto trabalhista de 9 anos e nos repassou na íntegra. Naquele tempo, aparecia cesta básica na minha varanda que até hoje não sei quem Deus mandou deixar lá.
Mas teve um episódio que foi tremendo. Acordei num domingo cedo, por volta das seis e meia da manhã. Peguei uma vassoura e comecei a varrer o quintal, pois tinha um pé de flamboyant que enchia o quintal e a frente da casa de folhas e flores.
Quando olho no portão, havia uma propaganda do supermercado Mercadorama: uma promoção, na compra de uma lasanha à bolonhesa, ganhava uma Coca de 1 litro.
A foto da lasanha era de dar água na boca. Fiquei alguns minutos olhando aquela foto e imaginando quando comeríamos uma lasanha daquela, pois naquele domingo só tínhamos dois pacotes de macarrão instantâneo, tipo miojo, e meia dúzia de salsichas. Ana veio por trás de mim, olhou a foto e disse:
— Quando vamos comer uma lasanha daquela?
Eu respondi de bate-pronto, sem pensar:
— Se você crer, nós vamos comer hoje.
Ela se irritou e falou:
— Às vezes essa sua fé me irrita muito.
E saiu de pertinho de mim.
Na hora do almoço, já perto do meio-dia, colocamos o macarrão na mesa com as salsichas picadas por cima.
Marcella pediu para orar antes de comermos.
A oração dela foi de gratidão pelo alimento que íamos comer e pelo cuidado de Deus por nossas vidas. E, antes da primeira garfada, bateram palmas no nosso portão.
Minha esposa ficou brava e disse:
— É o que me faltava, macarrão com salsichas e chega gente em casa. Olha a minha vergonha.
Fui até o portão e era a Leda e o Charles, nosso casal líder do discipulado Casados para Sempre.
Nessa época, morávamos no conjunto Herman Moraes de Barros, e eles moravam no centro.
— Paz do Senhor, Marcão.
— Paz do Senhor, Charles.
— Está tudo bem?
— Tudo bem.
Charles disse:
— Marcão, a Leda fez uma comida lá em casa e quando fomos comer, Deus falou: “Vai comer lá com o Marcão e a Ana”.
Adivinha o que é?
— Ah, só pode ser lasanha à bolonhesa — respondi sem pensar.
E ele perguntou, admirado:
— Como você sabe?
Eu disse:
— Eu sei o Deus que eu sirvo.
Olhei para a Ana: ela já estava chorando, e eu também. Nos abraçamos, gratos pelo cuidado de Deus conosco.
E, quando eles entraram casa adentro, o Charles gritou:
— Marcão, esqueci! Pega a Coca-Cola lá no carro!
O resto é testemunho para a vida toda.
Esse é o nosso Deus.
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