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Maringá,03/09/2025

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A PEC da Blindagem, um tapa na cara do Brasil

HojePR/EDITORIAL
A PEC da Blindagem, um tapa na cara do Brasil Reprodução

O Congresso Nacional avança em mais um ato de desrespeito ao povo brasileiro e novamente abala a confiança da sociedade brasileira ao avançar com uma proposta que não se justifica nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista institucional.
A chamada “PEC da Blindagem” — que mais apropriadamente deveria ser conhecida como “PEC da Vergonha” — é uma afronta ao país e não passa de um arranjo legislativo para proteger interesses políticos específicos, em prejuízo da transparência e da responsabilidade pública.
A iniciativa ganha contornos ainda mais graves pelo contexto da tramitação: não é coincidência que tenha sido pautada em meio ao embate entre o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal (STF) após investigações sobre o uso de emendas parlamentares, que somam cifras bilionárias. A retaliação institucional promovida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, travestida de PEC, expõe um cenário em que a barganha política supera o interesse nacional.
Trata-se de um episódio que mancha ainda mais a imagem do Congresso e compromete a credibilidade do sistema democrático.
É intolerável que a população brasileira, sufocada por uma crise econômica sem fim e pela falta de serviços públicos de qualidade, seja tratada com desprezo absoluto e obrigada a assistir a mais um espetáculo de chantagens recíprocas, com a Constituição usada como moeda de troca. A sociedade não pode aceitar passivamente este “macarrão com farofa” legislativo, expressão que traduz com ironia a mistura indigesta de interesses que ameaça o Estado de Direito.
A sociedade não pode normalizar tamanha ousadia. Governadores e prefeitos também devem sair das sombras da omissão. Essa manobra é um tapa na cara dos brasileiros. É a consagração da chantagem como método de governo, a institucionalização da impunidade e o triunfo do corporativismo.
O Congresso, que deveria ser guardião da democracia, escolhe atacar o sistema de freios e contrapesos que sustenta a República.
Pretender limitar com essa PEC esdrúxula, por exemplo, a possibilidade para a prisão em flagrante de parlamentares envolvidos em crimes, quase sempre contra o erário, é algo inviável. Pela vontade dos políticos de Brasília, deputados e senadores só poderão ser presos em caso de flagrante por crime inafiançável. E, ainda pior, nesse caso, o plenário da Casa Legislativa ainda decide se a prisão deve ser mantida ou não. É como dar a chave da cadeia ao ladrão.
Mais do que protestar contra a PEC, é hora de assumir responsabilidade cívica. A eleição não começa em 2026, ela começa agora. É preciso acompanhar o posicionamento de cada parlamentar, fiscalizar votos e cobrar coerência. O HojePR vai monitorar atentamente como cada representante do Paraná se comportará em relação a essa vergonhosa PEC.
Não podemos perdoar políticos que, por conveniência ou covardia, apoiarem essa aberração constitucional.
A democracia exige vigilância e memória. Quem avalizar esta proposta de blindagem não poderá alegar inocência diante dos eleitores. E o HojePR vai publicar, como sempre publicou, os nomes dos deputados e senadores que votarem a favor dessa aberração. Cabe à sociedade reagir à altura da gravidade deste momento, rejeitando manobras que colocam privilégios acima do interesse público.
É preciso dizer em alto e bom som: essa PEC é um insulto à democracia, ao eleitor e ao Brasil. E só será derrotada se os cidadãos estiverem dispostos a transformar a indignação em ação política, cobrando coerência e honestidade de seus representantes.

EDITORIAL POSTADO PELO HOJEPR




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