Após uma série de decepções nos cinemas — e em alguns casos na TV — a Marvel garantiu um respiro de alívio para os fãs ao entregar Thunderbolts*, filme que promete introduzir uma outra equipe de heróis para o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel, na sigla em inglês). 
Diferente de todos os que vieram antes, Thunderbolts* (sim, com o asterisco no final) oferece um olhar para aqueles “heróis rejeitados” que o público conheceu ao longo destes mais de 17 anos da franquia cinematográfica.
Cada um com sua característica, os personagens são bem diferentes mas ao mesmo tempo tem muito em comum, o que já de cara conquista o público com a inegável química entre os personagens.
O filme conta ainda com um tom diferente dos vistos em produções recentes da Marvel e explora bem elementos da solidão e da culpa dos heróis, que aos poucos veem que não querem mais seguir atuando.
Entre os “heróis”, estão Yelena Belova (Florence Pugh), John Walker (Wyatt Russel), Ava Starr, mais conhecida como Fantasma (Hannah-John Kamen) e Antonia Dreykov, conhecida como Treinadora (Olga Kurylenko). Todos trabalham para a misteriosa Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis Dreyfus) e se veem em uma cilada após serem escolhidos para uma missão.
Pontos altos
A premissa por si só dá um novo frescor ao filme, já que afasta comparações feitas por internautas após o anúncio da produção de que Thunderbolts* seria uma versão do Esquadrão Suicida da Marvel, o que fica provado logo nos minutos iniciais do filme.
Além disso, o filme vai além e explora bem os medos e inseguranças de Yelena, que ainda sofre com a perda da irmã, Natasha (Scarlett Johansson) e com traumas do passado. Com um tom acertado para a personagem, Florence entrega uma performance profunda e complexa, um dos pontos altos da trama. Em paralelo, a continuidade da história de Buck Barnes, agora ex-Soldado Invernal, é o contraponto perfeito para o momento da vida de Yelena.
Bucky deixou seus dias de anti-herói para trás e passou a tentar mudar o mundo por dentro do sistema, se tornando deputado nos Estados Unidos. Ele se coloca como essa figura de superação para todos os membros dos Thunderbolts* e mostra que é sim possível seguir em frente em meio a culpa por suas ações.
A química entre o grupo é o motor da produção e emociona com cenas marcantes, especialmente quando eles são confrontados com as próprias inseguranças e culpas. É um filme de cura, por assim dizer, uma cura dos personagem e também dos fãs, que há muito tempo não deixavam as salas de cinemas com a sensação de que a era de ouro da Marvel não se acabou de vez.
Vilão deixa a desejar
Mas, nem tudo são flores. Apesar de ter um começo empolgante, com uma construção promissora, o vilão do filme deixou muito a desejar, especialmente na parte final do filme e o desfecho de um personagem tão poderoso e invencível. Mesmo com uma entrega dramática de Lewis Pullman com a dualidade entre Sentinela e Vazio, a conclusão da jornada do personagem é fraca e é resolvida rapidamente para dar espaço às tradicionais antecipações para as novas produções da Marvel. 
A Marvel também pecou, e muito, com os materiais de divulgação do longa, especialmente nos trailers, que entregam muito da trama, dos dramas a serem desenvolvidos, o que atrapalha bastante a experiência de assistir à produção.
Futuro na Marvel
Mesmo com altos e baixos, ao fim do filme os fãs ficam com aquele gostinho de quero mais e a trama se encerra com uma revelação divertida e surpreendente, que deixa em aberto muitas oportunidades para o futuro do MCU.
Assim, fica claro após assistir a produção que ainda é cedo para gritar “a Marvel está de volta” mas Thunderbolts* mostrou que é possível sonhar com o retorno dos dias de glória do estúdio em breve.
Já confirmados no filme Vingadores: Doomsday, com estreia prevista para 2026, só resta agora esperar para em breve ver a equipe novamente nos cinemas.