MC Bokão se envolveu em uma polêmica após ser condenado por apologia ao crime por conta da música Assalto em Botucatu. A letra narra um mega-assalto cometido em 2020 em Botucatu, cidade do interior de São Paulo.
Bokão, cujo nome verdadeiro é Érick Rodrigues de Souza, é um cantor de funk. Entre os sucessos dele estão as músicas Missão Bem Sucedida, Carro Forte, Topo do Ranking, Mirei no Topo e Todo de Lacoste.
No YouTube, o artista tem mais de 530 mil inscritos e 131 milhões de visualizações. No Instagram, Bokão acumula 16,7 mil seguidores.
No perfil, o funkeiro compartilha trabalhos, passeios e viagens. A publicação mais recente dele, feita em abril deste ano, mostra uma reunião com um grupo de pessoas.
Música foi baseada em notícias de TV
Em entrevista ao Metrópoles, MC Bokão alegou que a letra de Assalto em Botucatu foi baseada em notícias que ele viu na televisão. “É assim que eu faço as minhas músicas: se eu estou assistindo um jornal aqui agora e passar um roubo a banco, eu pego as informações do jornal e faço a música. Então qual é o sentido de eu estar cometendo algum crime?.” Bokão também é alvo de outros processos judiciais por apologia ao crime, mas essa é a primeira condenação dele.
O funkeiro relatou que, quando foi depor, foi bem tratado pelos policiais. Os agentes chegaram a dizer ao MC que preferiam prender quem roubou o banco e não queriam saber da música.
O que diz a denúncia
Em denúncia apresentada à Justiça em 10 de setembro de 2020, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) alegou que a música de Bokão enaltece e faz apologia a um crime grave cometido dias antes em Botucatu, que aconteceu durante o período de calamidade pública decretado devido à Covid.
A promotoria destacou ainda que, no mesmo dia da postagem, os vídeos foram visualizados por quase 12 mil pessoas, demonstrando o “potencial virulento” da conduta, que não demonstrava qualquer compaixão “com a população que se viu refém de prática delitiva de tamanha hediondez”.
Por isso, Bokão foi denunciado por apologia ao crime, com o agravante de ter cometido a infração em ocasião de calamidade pública (artigos 287 e 61 do Código Penal).