DER-PR anuncia rescisão de contrato com empresa da duplicação da PR-317

O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) confirmou que está em andamento o processo de rescisão contratual com a empresa responsável pela duplicação da PR-317, no trecho entre Maringá e Iguaraçu.
A medida ocorre após atrasos e paralisações na obra, iniciada em 2021 e orçada em R$ 183 milhões.
Segundo o DER, a expectativa é de que a rescisão seja concluída ainda neste mês de maio.
O DER também adiantou que pretende convocar uma das empresas classificadas na licitação original para dar continuidade e concluir os trabalhos.
A obra prevê a duplicação de 21 quilômetros da rodovia, com melhorias que incluem a construção de viadutos e marginais. Até outubro de 2024, pouco mais de 8,9 quilômetros haviam sido entregues. No final de abril, os trabalhos chegaram a ser interrompidos por alguns dias devido a uma greve de funcionários da construtora.
Os trabalhadores cobravam o pagamento do vale-alimentação, salários atrasados e o repasse do FGTS. O DER-PR, no entanto, não confirmou se esses problemas influenciaram diretamente na decisão pela rescisão do contrato.
A PR-317 é uma das principais vias de escoamento da produção agrícola da região Noroeste do Paraná e ligação estratégica entre cidades-polo como Maringá, Astorga e Londrina. A demora na conclusão da obra tem gerado críticas de usuários e autoridades locais.
Nota opinativa - A duplicação da PR-317 não é apenas uma promessa de campanha ou uma meta de infraestrutura: é uma necessidade real para o desenvolvimento e a segurança da região Noroeste do Paraná. Quando contratos milionários são firmados com empresas que não cumprem obrigações básicas — inclusive com seus próprios trabalhadores — a credibilidade do poder público é posta em xeque.
Obras públicas exigem, acima de tudo, responsabilidade técnica, transparência e compromisso com prazos. A rescisão de contratos por descumprimento não pode ser vista como um tropeço isolado, mas como um sinal de alerta: é preciso mais rigor nos processos licitatórios e mais fiscalização durante a execução. Os paranaenses — que pagam a conta — merecem esta obra concluída, segura e funcional. E merecem isso dentro do prazo.
COMENTÁRIOS